Como nos filmes, o mocinho (Salah) deveria se dar bem no final, encerrar com algo para se festejar, mas isso aqui é vida real. Nosso egípcio querido e amado por todo o mundo não merecia um fim tão sem graça pra uma temporada tão brilhante.
Quando contratado, no ínicio da temporada 17-18, a maioria dos torcedores do Liverpool pensavam naquele Salah do Chelsea, que discretamente chegou e discretamente saiu. Não era a contratação dos sonhos, mas tudo bem, deixa rolar pra ver no que dá.
A temporada se iniciou e o entrosamento entre Salah, Mané e Firmino era de cair o queixo. Tinha também a participação ''daquele lá'' até o meio da temporada, mas deixa ele quieto, assunto pra outro dia.
Desde 2013 acompanho o Liverpool e essa foi a melhor temporada que já assisti da equipe, muito se deve ao trio de ataque e a Salah individualmente. O que esse cara jogou não tá no gibi.
Ele parecia fazer mágica com os pés, estava completamente iluminado. Não digo que ele carregou a equipe nas costas, mas ele fez milagre dentro das quatro linhas e com auxílio da dupla Firmino-Mané recolocou o GIGANTE Liverpool na boca do povo outra vez.
Se antes da temporada começar alguém falasse que o Liverpool chegaria a final da Champions, eu daria risadas na cara da pessoa. Mas eu não sabia que Salah se tornaria esse monstro.
Pela primeira vez em 9 anos, passamos a considerar melhor do mundo alguém diferente de Messi e Cristiano Ronaldo.
Na temporada 17-18, quebrou recordes, foi eleito o melhor jogador do Campeonato Inglês, encantou o mundo e ainda teve tempo para levar o Egito a uma Copa do Mundo após 28 anos.
Porém, o futebol não é justo e a vida nos prega peças. 1 único mês destruiu as chances do egípcio ser o melhor do mundo. A lesão causada por Sérgio Ramos o tirou da final da Champions e da primeira rodada da Copa.
No Mundial, marcou 2 vezes mas não conseguiu evitar a eliminação de sua seleção. Talvez se estivesse 100%, a história poderia ter sido diferente.
Não foi possível levar o Egito a segunda fase, mas Salah é ídolo dentro e fora das quatros linhas, portanto nada destruirá o amor e a admiração do povo egípcio por ele. Nessa temporada descobrimos que pra Salah, mais importante que marcar gols é dar infraestrutura a seu vilarejo, é cuidar de quem o viu crescer e valorizar a terra onde deu seus primeiros passos. Foi ali que Salah surgiu pro mundo, nada mais justo que exaltar sua terra e seu povo em forma de agradecimento.
Salah merecia um fim de temporada condizente com aquilo que apresentou no decorrer dela, mas mesmo assim ficamos felizes. O pobre menino egípcio venceu na vida e não esqueceu de seu povo. O que pode ser mais importante que isso?
Abração,
Gabriel Miranda
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