A decisão de adotar o jogo único na final da Libertadores a partir de 2019 já havia sido tomada. Ontem, fomos informados do local: Santiago, no Chile.
Eu costumo dizer que nem tudo da Europa deve ser copiado e nem tudo da América do Sul deve ser desprezado. Com essa decisão, o futebol moderno vai tomando um espaço que não é dele.
O propósito da final em jogo único é imitar a Champions League. A final do torneio europeu é muito mais um “show” do que realmente a decisão de um campeonato continental. Importam-se mais com as cifras, em atrair turistas para o estádio, do que beneficiar os torcedores dos clubes em questão e promover a partida ao invés do espetáculo.
Final em jogo único na América do Sul beira o absurdo. Aqui faltam vôos enquanto na Europa sobram linhas de trens. Imaginem só uma final entre São Paulo x Boca na altitude de Quito. Ultrapassa qualquer nível de bizarrice.
Como se já não bastasse a “gourmetização” de nossos estádios, a escolha por expectadores ao invés de torcedores, a proibição de sinalizadores e bandeiras em vários locais, agora temos que ver o campeonato mais importante do continente ficar se espelhando em Champions League.
Espero que não demorem a enxergar que somos diferentes deles em vários quesitos. Não queremos que nossos filhos vejam um futebol diferente do que nossos pais nos ensinaram a ver. Esse esporte é uma das maiores heranças que eles nos deixam nessa vida. Porque essa fissura em fazer com que sejamos algo que não somos? Morrerei sem entender.
Fazemos festas em estádios como nenhum europeu faz, somos loucos como nenhum europeu é. O nível técnico na Europa pode sim ser mais elevado que o nosso aqui na América do Sul, mas a paixão que arde em nosso peito, sem dúvidas, é incomparável.
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